terça-feira, 24 de novembro de 2009

Posso partilhar tudo, menos o sofrimento


Considero ter amigos, pessoas com quem posso contar para rir, chorar, desabafar. Mas por mais que me esforce, nos momentos em que sou assombrada pela tristeza, acabo sempre por me isolar. E assim passo noites em branco, ás voltas na cama a pensar nos meus medos, nas minhas ansiedades, nas minhas frustrações... e na manhã seguinte com ou sem olheiras, não falo uma única palavra sobre o assunto. Há um provérbio que diz "Noites alegres manhãs tristes", comigo é exactamente o contrário, no silencia e na solidão da noite por vezes desespero, durante o dia mesmo que sozinha encontro alento, é como se com o novo dia nascesse uma nova esperança, a esperança de conseguir acabar com as lacunas que me perceguem, com coisas que ficaram lá atrás mas que eu não consigo esquecer, aceitar... é muito raro eu chorar, muito menos em frente a outras pessoas. Posso partilhar tudo, menos o sofrimento. Com os meus amigos prefiro rir, desfrutar ao máximo da companhia deles, sem falar de coisas más. Não sou hipócrita, não riu quando não me apetece e todos conseguem notar ao olhar para mim se eu estou bem ou estou mal. Simplesmente quando estou menos bem prefiro me ausentar, para não chamar à atenção, para que não se preocupem comigo, para não mostrar as minhas fraquesas... na verdade nem eu sei bem o porquê. Acho que talvez se deva ao facto de eu me ter habituado a resolver sempre os meus problemas sozinha.